terça-feira, 30 de setembro de 2014

ZENÓBIO – CUIDANDO DO MEIO AMBIENTE – ECOPONTO : COLETA DO ÓLEO DE FRITURA

ÓLEO DE FRITURA

COLÉGIO ESTADUAL MARECHAL ZENÓBIO DA COSTA
OLINDA  - NILÓPOLIS

TURMA: 1006
ENSINO MÉDIO REGULAR

DIREÇÃO GERAL: ANDERSON ROBERTO
DIREÇÃO ADJUNTA:
ELIANE SANTOS
MÁRCIA BRAHIM

PROFESSOR RESPONSÁVEL:
LOURDES CORREIA - GEOGRAFIA
3 º BIMESTRE – 2014







“2800 a.C. - Um material parecido com sabão foi encontrado em cilindros de barro durante escavações na antiga Babilônia. As inscrições revelam que os habitantes ferviam gordura juntamente com cinzas, mas não mencionam para que o "sabão" era usado.”

A utilização do óleo pelo homem é tão antiga quanto à própria civilização. Sabe-se que há mais de 6 mil anos o homem utilizava o óleo de oliva. Povos da Mesopotâmia usavam o óleo como protetor do frio, quando estes untavam seus corpos com ele. E ao longo da história o homem foi encontrando, além da alimentação, as mais diversas aplicações para os óleos, para iluminação, para calefação e aquecimento.
Na China, na Índia, no Egito, se expandindo no Oriente Médio o óleo foi usado para fins medicinais, na perfumaria e na fabricação de tintas, ceras e vernizes.
Na Grécia e na Roma antiga, e durante a idade média na Europa usou-se na fabricação de sabões, de cosméticos e na calafetação de barcos.
É o  óleo, a mais pura essência que se pode extrair de algo, que ficará por cima de todas as águas, e de todos os líquidos. Hoje em dia a utilização de óleos é crescente nos mais diversos segmentos da indústria.
O Brasil dispõe de uma grande diversidade de espécies vegetais oleaginosas, e os óleos vegetais podem representar num futuro próximo, uma alternativa real para o uso em motores à combustão em automóveis. Sendo um recurso renovável de origem agrícola ou florestal, o uso energético dos óleos vegetais implica em vantagens sócio-econômicas e ambientais, pois se registrou uma significativa diminuição nas emissões de poluentes.

Nos últimos tempos, tem crescido em todo o mundo a consciência ambiental  das pessoas. Questões tais como a manutenção da biodiversidade, a  recuperação dos ambientes degradados e a adoção de políticas públicas que  garantam o desenvolvimento sustentável saíram do ambiente acadêmico e passaram a serem debatidas pelos empresários, políticos e a  sociedade em geral. Afinal, toda a sociedade passou a sentir e contabilizar  os prejuízos causados pelas mudanças climáticas, pela extinção das espécies nativas, pelo crescente comprometimento de nossos recursos hídricos.
Reciclar implica reaproveitar, reutilizar. A produção de materiais reciclados faz com que haja uma menor utilização dos recursos naturais da Terra, um menor consumo de energia, menos lixeiras e incineradoras e uma redução da poluição.




Impactos causados ao descartar óleo de cozinha em ralos ou pias:
Ao descartar o óleo de fritura indevidamente você está praticando um crime ambiental!
O que acontece com o alimento se a qualidade do óleo/gordura de fritura estiver ruim?
O produto frito apresentará cheiro ransoso, cor escura, aparência menos atrativa, ficará mais encharcado de gordura, sabor ruim, menos crocante, pode ficar queimado por fora e cru por dentro além de ocorrer uma diminuição na qualidade nutricional do alimento.
O que acontece na gordura durante o processo de fritura?
Ocorre uma mudança na viscosidade, sabor, cor e produção de fumaça devido às reações que químicas que ocorrem com os óleos e gorduras durante a operação de fritura. Há ainda a redução do poder de fritura proporcionando maior uso de energia para manter a temperatura dos óleos e gorduras.
O que causa as reações de degradação da gordura?
O ar, a água presente nos alimentos e o aquecimento durante o processo de fritura.
  
O que são óleos vegetais ?
Os óleos e gorduras são, por definição, substâncias que não se misturam com a água (insolúveis) e podem ser de origem animal ou vegetal. O óleo vegetal, que é o que dá origem aos óleos de cozinha, pode ser obtido de várias plantas, ou sementes, como o buriti, mamona, soja, canola, girassol, milho, etc. Sua constituição química é composta por triglicerídeos, que são formados da condensação entre glicerol e ácidos graxos. A diferença entre gordura e óleo é tão somente seu estado físico, em que a gordura é sólida e o óleo é líquido, ambos a uma temperatura de até 20°C

Na fritura, o óleo é aquecido a altas temperaturas, formando produtos tóxicos, como a acroleína. A fritura pode também promover a formação da gordura trans, que é uma gordura que está diretamente relacionada com o aumento de doenças cardiovasculares e com a piora do quadro de saúde de uma maneira geral. A ingestão desses produtos pode causar problemas que vão de gastrite a câncer, além do aumento da pressão arterial,  redução do crescimento, má absorção de nutrientes, diminuição da fertilidade, entre outras. Além disso, a fritura torna o alimento consumido com uma característica inflamatória, isto pode como conseqüência estimular o acúmulo de gordura abdominal e também pode levar a um estado resistência à insulina que pode trazer sintomas como cansaço, mal estar, falta de energia, dores de cabeça, etc.

Isso acontece porque as temperaturas elevadas aceleram o processo de degradação dos óleos. A decomposição diminui se a fritura acontecer com pequena quantidade de óleo, em panelas altas e estreitas, sem aquecer o óleo a altas temperaturas e por muito tempo, evitando, assim, a liberação de fumaça (sinal de que o óleo está se degradando). Outro ponto importante:  alimentos fritos absorvem grandes quantidades de óleos e aumentam o risco de colesterol alto,  doenças cardiovasculares e obesidade. Assim, consuma frituras esporadicamente.

Não descarte na rede de esgoto nem em águas pluviais, porque o óleo entope tubulações e provoca poluição. Um litro de óleo doméstico que vai pelo ralo pode entupir os canos da sua casa e ainda danificar muito o ecossistema, contaminando de uma só vez um milhão de litros de água, quantidade consumida por um ser humano em 14 anos de uso. Além disso,  o descarte na pia pode atrair para o esgoto, animais como ratos, insetos e baratas.
Se ele for jogado no lixo comum, provavelmente irá parar em lixões onde ele se infiltrará no solo e poderá contaminar os lençóis freáticos, e nos terrenos baldios, poderá causar uma maior liberação de gases de efeito estufa, como o metano, o que significa contribuir ainda mais para o aquecimento global, sem mencionar o odor horrível que será emitido! Além disso, ao atingir o solo, o produto contribui para sua impermeabilização, dificultando a absorção da água de chuva e propiciando enchentes.
O óleo também interfere na passagem de luz na água, retarda o crescimento vegetal e interfere no fluxo de água, além de impedir a transferência do oxigênio para a água o que impede a vida nestes sistemas. Infelizmente, estima-se que somente 1% do óleo de cozinha usado em todo o mundo seja reciclado. A poluição pelo óleo faz encarecer o tratamento da água (até 45%), além de agravar o efeito estufa, já que o contato da água poluída pelo óleo ao desembocar no mar gera uma reação química que libera gás metano, um componente muito mais agressivo que o gás carbônico.

Os nossos rios estão praticamente esgotados pela poluição, tanto industrial quanto domiciliar. Nos mananciais de onde é retirada a água que abastece os grandes centros urbanos ou estão poluídas ou em grande risco. Com mais escassez de água é claro que uma questão tão importante quanto a poluição provocada pelo óleo de cozinha começa a ser mais debatido, já que sua resolução não depende em si de grandes investimentos, mas da simples mudança de hábitos da população (o que em grande parte das vezes não é tão simples assim) e da ação de organizações que possam dar uma destinação mais apropriada através de atividades de certa forma simples, como o aproveitamento para produção de sabão, por exemplo, que pode ser feito inclusive em casa.
Como sempre a questão econômica é um dos fatores chave. Quanto mais contaminada é a água dos reservatórios que servem as cidades, mais caro fica o seu tratamento, além disto o entupimento dos sistemas de esgoto gera prejuízos. Como em inúmeros casos certos setores corporativos começam a perceber que sai mais barato preservarmos recursos e investir em educação do que ter de “consertar” as coisas.
Uma vez encaminhado para locais especializados, que poderão transformá-lo em ração animal, detergente, cosméticos,  biodiesel, massa de vidro, componentes para fertilizantes , produção de resina para tintas, sabãoglicerina, cola e etc.
Amostras dos óleos encaminhados são tiradas e analisadas. Antes de seguir para a reciclagem o óleo passa por processos de filtração e desumidificação, a fim de retirar impurezas. Após etapas de aquecimento e desumidificação o óleo é classificado por acidez e índice de peróxidos e então encaminhado para a reciclagem.
Cerca de 80% no aproveitamento do óleo usado na conversão para biodiesel, ou seja, 1 litro de óleo pode resultar em, aproximadamente, 800 ml de biodiesel. O processo também gera o glicerol, uma substância empregada nas indústrias e com usos farmacêuticos, alimentícios, perfumaria, plástico e muitos outros.

Exemplos de reutilização do óleo de fritura:
Biodisel - A transformação do óleo de cozinha em energia renovável começa pela filtragem, que retira todo o resíduo deixado pela fritura. Depois é removida toda a água misturada ao produto. A depender do óleo, ele passará por uma purificação química que irá retirar os últimos resíduos. Esse óleo "limpo" recebe então a adição de álcool e de uma substância catalisadora. Colocado no reator e agitado a temperaturas específicas, ele se transforma em biocombustível e após o refino pode ser usado em motores capacitados para queimá-lo.
Sabão – Para fazer barras de sabão a partir do óleo de cozinha, basta seguir a receita abaixo:
Materiais:
  • 5 litros de óleo de cozinha usado             > 2 litros de água
  • 200 mililitros de amaciante                      >1 quilo de soda cáustica em escama
Preparo:
  1. Coloque cuidadosamente a soda em escamas no fundo de um balde.
  2. Depois, coloque a água fervendo.
  3. Mexa até diluir todas as escamas da soda.
  4. Adicione o óleo e mexa.
  5. Adicione o amaciante e mexa novamente.
  6. Jogue a mistura numa fôrma e espere secar.
  7. Corte o sabão em barras.
Atenção: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.

 Em algumas capitais brasileiras são as prefeituras que estão se mobilizando, em outras, é a própria população através de organizações não-governamentais. 

Ribeirão Preto: possui o projeto Cata óleo numa parceria da USP e o Ladetel (Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas).Todo o óleo recolhido na cidade será usado na produção do biodiesel. Hoje são recolhidos cerca de 20 mil litros de óleo por mês com os comerciantes, no entanto, o interesse é atingir a população e aí receber cerca de 160 mil litros mensalmente.
Curitiba: a Prefeitura Municipal de Curitiba lançou o serviço de coleta especial de óleo de fritura. O recolhimento está sendo feito em 78 pontos do Câmbio Verde (programa de recolhimento de lixo reciclável) e nos 21 terminais de ônibus da cidade.
ABC Paulista: o Instituto Triângulo tem sido o exemplo na reciclagem de óleo de cozinha em SP. Equipes vão até o local solicitado para a coleta, desde que se tenha um mínimo de seis litros para solicitar o recebimento. A entrega do óleo em São Paulo também pode ser feita na rede de supermercados Pão de Açúcar ou na Ong Trevo e Samorcc (Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro de Cerqueira César).
Florianópolis: a coleta é feita pela Universidade Federal de Santa Catarina que, desde o ano passado, desenvolve o projeto chamado Família Casca, em que recupera o óleo de cozinha e o transforma em combustível.
Rio de Janeiro: o óleo que seria jogado pode ser levado para os postos implantados pelo Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais, o Prove, firmado entre a iniciativa privada, a Refinaria de Manguinhos e a Secretaria de Meio Ambiente do Rio. Entre os postos de coleta está o Circo Voador. Outro meio de coleta é realizado pelo Disque-Óleo.
Salvador: o engenheiro químico Luciano Hocevar é o responsável pela Renove, Reciclagem de Óleos Vegetais, e pela picape que passa pelas casas da cidade fazendo a coleta do óleo de cozinha.
Porto Alegre: a Prefeitura de Porto Alegre, através do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), realiza o Projeto de reciclagem de óleo de fritura. São 24 locais de coleta do produto, que será transformado entre outras coisas em resina de tintas, sabão e biodiesel.
 Um outro fator é a tomada de consciência cada vez maior da sociedade civil quanto ao fato de que todos são responsáveis pelo meio ambiente, e que isto não é obrigação apenas de governos e empresas, e sim de cada um. Conscientize seus vizinhos e colegas de trabalho sobre o descarte correto do óleo de cozinha. A arrecadação feita em escolas e empresas é muito importante, pois dá um fim adequado a um grande número de sobras. De nada adianta criticar os responsáveis pela poluição da Baía da Guanabara, do rio Paraíba, da Bacia do Tietê... se não fizermos a nossa parte será muito difícil.











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